Sobre o perigo de
eclipsar um patrão da igreja
Miguel Garcia
A vida tem me ensinado muita coisa doce e amarga, o legado
de Baltasar Gracián, idem. Minha experiência na lida com personalidades
centrais da igreja provou que toda derrota provoca ódio e que “superar” um
chefe eclesiástico pode ser tanto burrice quanto fatal. A questão é que ‘a
supremacia é sempre detestada, em especial pelos superiores’. Quem quiser
manter-se ‘res-pirando’ e conectado ao corpo das cortes eclesiais deve aprender
a ocultar as vantagens comuns, assim como quem sabiamente disfarça a beleza
extravagante com um toque de desalinho.
Gracián me ensinou que a muitos não incomoda ser superado em
riqueza, caráter ou temperamento, mas ninguém, em especial um “soberano” líder
do clero, gosta que lhe excedam em inteligência ('síndrome' de Saul?). Trata-se afinal, do maior dos atributos e,
qualquer crime contra esse atributo em especial, constituirá lésa-majestade, em
outras palavras: ofenderá e ou ferirá de morte uma dessas ‘beldades’ sacerdo-tais.
Os soberanos (as) da igreja fazem questão de monopolizar a erudição e tudo o
que estiver ligado ao “melhor” das faculdades mentais. Os “príncipes do clero, até
gostam de serem ajudados, mas não sobrepujados. Baltasar Gracián nos adverte que
ao aconselhar um desses nobres-patrões-da- igreja, façamos isso como se os
lembrasse de algo esquecido, não como se ascendêssemos a luz que eles são
incapazes de ver. Segundo Gracián , os astros nos ensinam tal sutileza, uma vez
que são filhos e brilhantes, contudo, porém, no entanto, jamais rivalizam com o
sol.
Vassum Crisso
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