sábado, 19 de janeiro de 2013

Só pra quem curte uma ‘boa comédia’:


Só pra quem curte uma ‘boa comédia’:
Aos Tartufos ou Histriões - Aos sádicos “evangeli-à-dores - Aos que aprisionam a msg crística nas garras da mentira, vaidade e ganância.
Por Miguel Garcia

A vocês que dizem o que é o bem... e por conseqüência o 'compreenderam'. Quando em seguida vão agir, vê-los cometer o mal - nega-ando e descartando gente como se fossem um vestido de debutante... 'tão amado' por um dia, mas que agora, encontra-se num brechó qualquer, sendo vendido a 1 real... 
A vocês que dizem o que é o bem... e por conseqüência o 'compreenderam'. Quando em seguida vão agir, vê-los tratando pessoas como se elas fossem uma árvore de natal em meados do dia 07 de janeiro, atirada no lixo, ainda com algumas bolas e tufos e algodão dependurados... Vê-los eugenizando feito um "pai" Abraão, que sem pestanejar, envia Hagar e Ismael  para um passeio 'sem volta' no mar de areia - ao inferno de então... Vê-los ausentes feito um estrupr-a-dor depois de liberar esperma a-bunda-ntemente... e, depois, a vítima fica lá, de pé na calçada da vida, com a 'calcinha amarrada' com fita isolante...
Que cômico infinito! O cômico infinito destes outros, comovidos até às lágrimas a ponto de, como suor, elas lhes caírem a cântaros, capazes de ler ou escutar horas e horas o quadro da renúncia a si mesmo, todo o sublime de vidas sacrificadas à verdade – e que um instante depois, um, dois, três, uma pirueta, os olhos ainda mal secos, e ei-los que já se afalfam, segundo as suas pobres forças, a ajudarem ao sucesso da mentira!

Ainda o cômico infinito de um discursador, que, com a verdade do acento e do gesto, comovendo-se, comovendo a outrem, faz calafrios pela sua pintura da verdade e desafia todas as forças do mal e do inferno, com um aprumo de atitude, um topete do olhar, uma justeza do passo, perfeitamente admiráveis – e, cômico infinito que ele possa quase logo, ainda com quase toda a sua atitude, escapulir-se como um covarde ao menor incidente!

O cômico infinito de ver alguém que compreenda toda a verdade, todas as misérias e pequenezas do mundo etc., que as compreenda e seja incapaz de reconhecê-las! Visto que, quase no mesmo instante, esse mesmo homem correrá a envolver-se nessas mesmas pequenezas e misérias, para delas tirar honras e vaidade, ou seja, reconhecê-las.

Oh! Ver alguém que jura ter se dado conta de como Cristo caminhou sob a aparência humilde de um servo, pobre, desprezado, objeto de escárnio, e, como dizem as Escrituras, sob os escarros, e ver esse mesmo homem ocultar-se cuidadosamente nesses lugares do mundo, onde se está tão agradavelmente, aninhar-se no melhor abrigo. Velo fugir com tanto receio como que para salvar a sua vida, a sombra da direita ou da esquerda, da menor corrente de ar, vê-lo tão bem-aventurado, tão celestemente feliz, tão radioso, transbordando gargalhadas-Fiodoristicas – sim, para que nada falte ao quadro, é-o a tal ponto que sua emoção o leva até agradecer a Deus – tão radioso pela estima e pela consideração universais! Quantas vezes não disse comigo em tais ocasiões: Kierkegaard, Kierkegaard: Socorro, Kierkegaard!!!! 

Será possível que pessoas assim se deem conta daquilo que elas mesmas afirmam darem-se conta?

Tanto saber e compreensão permanecendo sem ação sobre a vida dos homens, mulheres e crianças, vida na qual nada se manifesta do que compreenderam, antes pelo contrário! Frente tal discordância, tão triste quanto grotesca, exclama-se involuntariamente: "mas com que diabo, é possível que eles tenham compreendido"? Aqui o velho ironista e moralista responde: "não te fies nisso, meu amigo, eles não compreenderam, de outro modo a sua vida exprimi-lo-ia, e os seus atos corresponderiam ao seu saber".

Tantas aulas brilhantes que quase sempre me frustram, não por serem brilhantes, mas por serem aulas metodologicamente expositivas e não discursivas, eliminando abordagens indagativas: “senta que lá vem história!”.

Tudo é quimera! O Cristianismo está deturpado e os ensinamentos de Jesus esquecidos e destruídos!

Adaptado da obra de Søren Aabye Kierkegaard, para "azar" de quem leu!

Vassum Crisso 

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