Melo dos Nega-dos
Adaptado da letra: Mil Perdões - Chico Buarque
Te perdôo
Por fazeres mil perguntas
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão (não reconhecer-me como legítimo outro em convivência, por imaginar-te deveras piedoso ao pedires perdão, fazendo-te superior a mim, tu: “a mais humilde das criaturas terrestres”. Por ufanar-te e bravatear de forma camuflada, polida e tor-tu-r-ante).
Que em vidas que andam juntas
Ninguém faz
Te perdôo
Por pedires perdão (não reconhecer-me como legítimo outro em convivência, por imaginar-te deveras piedoso ao pedires perdão, fazendo-te superior a mim, tu: “a mais humilde das criaturas terrestres”. Por ufanar-te e bravatear de forma camuflada, polida e tor-tu-r-ante).
Por me amares demais: ‘projetares tuas expectativas descabidas por sobre mim – fazer-me tua tela vazia; por essa forma de egoísmo disfarçado que insistes em chamar de amor, por super-inflacionar minha pessoa, negando-me no processo, perdendo a ti e a mim no afã de empreender teu projeto em causa própria - “heroísmo cósmico”.
Te perdôo
Te perdôo por ligares
Pra todos os lugares
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão (de tua tácita indiferença)
De onde eu vim
Te perdôo
Por ergueres a mão (de tua tácita indiferença)
Por bateres em mim (das trincheiras - lugares altos - púlpito)
Quando anseio pelo instante de sair
E rodar exuberante
E me perder de ti (da farsa esdrúxula e maquinal – ri-tu-ais, cerimoniais e lit-urgias vazias e causticantes)
E me perder de ti (da farsa esdrúxula e maquinal – ri-tu-ais, cerimoniais e lit-urgias vazias e causticantes)
Te perdôo
Por quereres me ver
Te perdôo
Aprendendo a mentir (te mentir, te mentir)
Por contares minhas horas
Nas minhas demoras por aí
Nas minhas demoras por aí
Te perdôo
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo porque choras
Quando eu choro de rir
Te perdôo
Por te trair
Adapt-ação: Miguel Garcia - Vassum Crisso
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