domingo, 27 de fevereiro de 2011

DESOBEDEÇA aos ensinadores!


DESOBEDEÇA aos ensinadores, quer dizer, à burocracia privatizadora do conhecimento: aquela casta sacerdotal que constitui as escolas e academias. Essas instituições geraram e continuam gerando um tipo curioso de agente que proliferou na modernidade: o colecionador de diplomas, que julga as outras pessoas pela sua capacidade de se enquadrar nos processos de ensinagem em vez de avaliá-las pela sua capacidade de aprendizagem. Os diplomas são, então, um reconhecimento e uma validação do conhecimento ensinado e não do conhecimento aprendido. Tendo perdido o monopólio do conhecimento (se é que algum dia tiveram-no) as universidades tentam ainda reter em suas mãos o que lhes restou: o monopólio dos diplomas.

Há também os que – por fora dos sistemas formais de ensino - se intitulam (ou são por alguém intitulados) mestres. Alguns são ordenados para tanto, quer dizer, têm reconhecida, sempre por uma organização hierárquica, sua capacidade de reproduzir uma determinada ordem top down. E querem então imprimi-lo, emprenhá-lo, ou seja, enxertar suas idéias-implante em você, para que você se torne também um transmissor desse “vírus”.
Desobedeça a esses caras. Aprenda o que você quiser, quando quiser e do jeito que você quiser. Aprenda com seus amigos. E compartilhe o que aprendeu com quem você quiser, gerando mais conhecimento. Guarde seus conhecimentos nos seus amigos, não na cabeça dos professores; nem nas instituições que sobrevivem trancando o conhecimento e estabelecendo caminhos obrigatórios, cheios de barreiras e permissões, para dificultar-lhe o acesso; ou, ainda, nos livros submetidos à normas odiosas de copyright. Conhecimento trancado apodrece.
E não siga mestres de qualquer tipo: todos somos aprendentes. ‘Quando o “mestre” está preparado o discípulo desaparece’, quer dizer, ele não precisa mais da muleta chamada “discípulo”: pode se tornar, por si mesmo e em interação com outras pessoas, um aprendente, livre... e tão ignorante como todos nós. Mas enquanto eles estiverem pensando em conquistar discípulos, fuja dos “mestres”!


Vassum Crisso!

2 comentários:

Anônimo disse...

na minha classe de psicologia (estou no 7º período)uma colega disse, referindo-se à professora (psi-canalhista): "quero ser igual a ela"...por isso a cena continua a mesma. seria tão legal agir como esse simpático burrinho da ilustração (ou seria um cavalo?)...

Marcos Nazario disse...

miguel, o que você acha do amor desenfreado entre pessoas, o que faz um homem ter necessidade de ter a outra pessoa por perto, de sentir a pessoa com a atenção voltada para ele, e se entristecer até com os pequenas coisas que não são nem perceptiveis para o conjuje/par?
gosto muito do seus textos e do seu ponto de vista, senti vontade de saber sua opinião sobre isso!
abraços!