sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Favelas Bagdás daqui


Aprovo a defesa intransigente da não-violência, junto com a deslegitimação absoluta do Estado, por ser uma instituição de violência. No dito Estado demo-crático a violência apenas deixa de ser concentrada para ser mais difusa, mas não desaparece por isso. O rosto violento do Estado aparece claramente na instituição do exército. O exército, mais que para a defesa externa, existe para subjugar o povo em benefício de uma minoria. É o sustentáculo da tirania. Sua função extrema é matar. Ora, isso é sempre um crime — coisa proscrita terminantemente no V mandamento. A vida é um valor absolutoNão existem mortes legítimas. Por isso, mandando matar, o exercito transforma o soldado num carrasco.  O serviço militar deve ser condenado sem remissão. Trata-se de nada menos do que uma preparação ou exercício para o assassinato. Mais: a meu ver, o serviço militar obrigatório é o modo pérfido que tem o Estado de armar o irmão contra o irmão, de pôr o povo contra o povo, ou seja: é uma forma especiosa de auto-tirania. Sou anti-militarista absoluto. Junto com o serviço militar, recuso qualquer legitimação à guerra. Se a cultura moderna a legitima por vários títulos é porque é fútil e destituída de vigor ético. Oxalá se possa evitar contribuir de alguma forma para a perpetuação do sistema governativo e seus tentáculos: o exercício da política, o serviço militar, o pagamento dos impostos, o uso dos serviços da justiça e assim por diante. O homem livre e justo há de viver ignorando o governo. Não combatê-lo de frente, mas no princípio interno que o sustenta: o reconhecimento, a obediência. 

Texto de Miguel Garcia ins-pirado em Tolstoi


Vassum Crisso!

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