sábado, 28 de agosto de 2010

Mais Lo-u-curas sobre a igreja

Mais Lo-u-curas sobre a igreja
Por Miguel Garcia

A igreja evangélica fracassou miseravelmente em demonstrar, na teoria e na pratica, que o Deus da Bíblia é a máxima negação de toda negação do homem. Não conseguiu abrir um terreno estrita-mente comum para que crentes, descrentes e outros pudessem se encontrar na busca mais profunda - na coincidência fundamental – naquilo que todos mais desejam em última análise – naquilo é vital: a defesa do humano e de suas possibilidades.

A igreja evangélica, salvo raríssimas exceções, está mais para um nicho de dementes, alienados e covardes (não importando o grau de instrução e nível social a que pertençam). Uma gente que quando muito discursa de modo elegante e afetado à respeito da fraternidade, igualdade e liberdade entre homens e mulheres, verborragias que passam longe de praticas cotidianas que encarnem seus conteúdos.

A igreja rejeita aqueles que hipocritamente diz amar. Seu clero (chefes) habilmente repudia o outro como legitimamente outro em convivência, e assim o faz como um meio de preservar privilégios - status e riquezas para si.

Note o estilo de vida de alguns clérigos evangélicos e verá que este constitui verdadeiro escândalo e evidência cabal de que a filosofia clerical predominante é anti-cristica e conseqüentemente anti-humana e negativa no toc-ante à ur-gente necessidade das vítimas e oprimidos por toda parte.

Quem tem olhos e ouvidos veja e ouça o que os patrões estão fazendo à igreja dita evangélica. A igreja que fala em nome do Jesus de Nazaré não deveria interessar-se pela autonomia do homem e como conseqüência, na negação de toda negação de suas possibilidades?

É isso que se comprova na prática da igreja? Pois em verdade eu digo a todos: olhem para o Evangelho, olhem para Deus em Cristo e vigiem as chefias avassaladoras da igreja. Vejam que em Jesus encontramos nossa afirmação máxima, vejam que Ele não fez outra coisa senão defender pessoas; sobretudo defender os nega-dos. Voltemo-nos urgentemente para o Deus que preserva nossa autonomia.

Muitos dos projetos de igreja nascem bem no papel - como ideal, porém, quando olhamos a realidade (embaixo do pano, aquilo que ninguém ousa dizer), surpresa: pseudo mudanças feitas para todos acabam nas mãos de uns poucos, a saber, a classe clerical. Os “avanços” da igreja têm o vício de produzir em outro nível uma estrutura injusta, sem acesso aos excluídos, sem alcançar a todos.

Uma igreja que se diz cristã não deveria esforçar-se pela busca de maior igualdade entre os homens, expressando essa busca na opção pelos pobres, injetando recursos substanciais em projetos sociais de lugares carentes? Confessemos de uma vez por todas: a igreja “evangélica” não quer a pobreza, muito pelo contrário e, é a partir dessa convicção arraigada (terror de profetismo, nojo de gente pobre), que ela faz escolhas, independentemente do fato de que Deus se coloca ao lado dos pobres, tirando a razão dos tiranos que a igreja adora bajular por puro interesse e os demarcando (os tiranos) como malditos (Mt 25,41; cf Lc 6,24-26), o que também amaldiçoa a igreja, contudo: por que se preocupar com isso, já que o Diabo “é o outro (pobre e analfabeto)” e o céu de brincar para ver quem mais se estasia na existência é aqui e agora, não é verdade? Odeio amar teologia! Vassum Crisso! Con-ti-nua, viu!!

(Ins-pirado na obra de Torres Queiruga – Creio em Deus Pai)

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