sexta-feira, 16 de julho de 2010

Dia-gnóstico de l-ou-cura

Dia-gnóstico de l-ou-cura
Miguel Garcia

Nosso mundo não é um mundo de amor, mas sim de poder. A igreja como fatia do ambi-ente e amante do poder, não ama pessoas, mas sim ser poderosa. Não faz muito tempo fui chamado de louco por ter comunicado meu amor a uma chefia eclesial. Por certo que essa chefia não queria o meu amor. Por certo preferia escolher quem lhe daria amor e a quem ela daria amor quando quisesse e se quisesse. Por certo que para tal pessoa amor é domínio reservado. Por certo que essa tal liderança teve ter tido razão ao diagnosticar meu caso como loucura: o que nos tornaríamos se nos amássemos todos? O que seria de nós num mundo de amor? O que se tornariam as chefias-avassaladoras da igreja - aqueles que devem suas posições à conquista, ao ódio e ao desprezo dos outros? O que se tornariam os que rondam tais chefias (corte de lambe botas) - os que compraram cargos à custa de presentes e baseiam sua autoridade no temor que ele inspira? Haveria casa-grande-e-senzala, sinhô e sinhá, nhonhô e nhanhá, moleques de brinquedo, mu-camas, amas de infantes e adultos, estupros da inocência e da ingenuidade alheia, capatazes e capitães do mato per-seguindo e infringindo maus tratos e castigos, mimetismo-violento-eclesial, eugenia “sacro-santa”, bodes expiatórios das tensões religiosas cotidianas, pretos e brancos, clérigos e leigos, jovens de idéias virgens usadas para depuração de ideologias importadas e contaminadas,  escravos e livres, aceitos e nega-dos pela igreja? A rejeição e diagnóstico de loucura que vi lançados sobre mim fazem sentido. As chefias eclesiásticas têm motivo de sobra para sentirem medo: o amor seria a destruição do perfil de igreja atu-all e dos privilégios que o mesmo garante. Os patrões da igreja só verão o Reino do amor sobre as cinzas dos seus.

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