sábado, 3 de julho de 2010

Sobre amoros-idade do mundo

Sobre amoros-idade do mundo
(en-saio de um romance)
Miguel Garcia

Não lhe recolheram senão olhares de desprezo. Todos experimentaram essa indiferença insultante que, à semelhança das geadas da primavera, destrói os germes das mais belas esperanças. Todos ao pé dela empalideceram. Algumas mulheres vaidosas são capazes de forjar e seguir um plano macabro durante anos, só para mais tarde satisfazerem delírios e fantasias perversas.
À semelhança das estátuas de aleijadinho, ele permanece “imóvel”, inteira-mente absorvido pelo trabalho de raciocinar. Dentro dele mora um tempo fechado; sem luz demasiadamente viva, nem obscuridade - certa descrença quanto a amoros-idade do mundo.

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