sexta-feira, 28 de maio de 2010

RECEBO!

RECEBO!
Miguel Garcia
Meu coment sobre o Post: Lady Gaga se sente mais espiritual e ligada à Deus - Blog - Apologética com humor - Genizah


Po cara, RECEBO! A unção dessa dona aí!

Ao contrário da maioria "evangélica", penso que quanto mais humano se é, mas espiritu-ALL a pessoa se torna. Penso tb que o entretenimento que essa senhora propõe, é bem mais honesto do que o que observo na proposta "religiosa" que está aí (ao menos não se justifica num livro sagrado e em nome de Deus)... Penso ainda que a unção do animal que caga, ou Gaga, seja muito mais real, humana, verdadeira e proveitosa que aquela propagandeada e vendida pelos gurus da igreja "protestante", "católica" e outras (sejam estes últimos "pensadores"/masturbadores livrescos ou analfas-de-Jès-uso - experimentalistas enfatigáveis)...
Enfim, por vezes penso que o melhor seja comer chocolates, apesar do que hoje sei, apesar do papel de prata - que é de folha de estanho, apesar de tudo..:

"(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
vida.)" Pessoa - Álvaro de Campos

Visite o Blog Apologética com humor - Genizah:
http://www.genizahvirtual.com/2010/05/lady-gaga-se-sente-mais-espiritual-e.html

quarta-feira, 26 de maio de 2010

É a-coberta-dor falar mal de sim mesmo, quando se sabe como - edredônico!

É a-coberta-dor falar mal de sim mesmo, quando se sabe como - edredônico!
Miguel Garcia

A vida - a realidade a respeito do universo e das criaturas é tão ab-surda e insuportável que se alguém der o mínimo motivo a outrem, cairá sobre esse infeliz, como que uma "mal-dição", em psicologia chamada de transferência odienta - é quando a pessoa/objeto-transferencial passa a simbolizar para quem fetichiza, tudo aquilo que ameaça o "bom" andamento da vida e do bem no universo. A essa altura é bem possível que eu já esteja con-fu(n)di(n)do com a causa única de todos os terrores dispersos pelo planeta – salão de condenação. Ilhado aqui e sem possibilidade de exorcizar de mim esse essa maldição... Só me resta gemer e ranger os dentes em pa-Lavras - torcer para não virar alvo de algum mimetismo violento – ser transformado em bode expiatório de tudo que frustra as pessoas ao meu redor.. Isso sim é angu-s-ti-ante..
Pensando nisso lembrei-me de Jesus: nem Ele próprio escapou... A coisa evolui rapidamente de Hosanas nas alturas (honras e glórias ao herói da cultura), à crucifica-o no lugar de ladrões e estupra-dores-alheias, pois afinal de contas, ladrões podem milagrar dinheiro e assim, serem benção na vida de alguém e estupradores, na pior das hipoteses, além de exibirem potência e virilidade em seus ofí-cios - o que heroi-fica-os às pulsões das bestas feras, concretizam fantasias secretas de mas-turba-dores.

"Não" dá pra ser feliz!

"Não": dá pra ser feliz!
Miguel Garcia

...” Um homem se humilha/Se castram seu sonho/Seu sonho é sua vida/E vida é trabalho.../E sem o seu trabalho/O homem não tem honra/E sem a sua honra/Se morre, se mata.../Não dá prá ser feliz/Não dá prá ser feliz...” Gonzaguinha

Em Becker compreendi que dom criativo é meramente a permissão social para ser obcecado. Compreendi também que o que chamamos de rotina cultural é uma licença parecida: o proletariado exige a obsessão do trabalho afim de evitar enlouquecer. É realmente admirável as pessoas serem capazes de agüentar as atividades demoníacas de trabalhar por trás de infernais fogões das cozinhas de hotéis, os frenéticos rodopios de quem tem que atender uma dúzia de mesas ao mesmo tempo em bares e restaurantes, a loucura de uma agência de viagens no auge da temporada de turismo ou a tortura de operar uma perfuratriz pneumática o dia inteiro no calor do verão. Admirável poder incluir nessa lista a agitação febril e na maioria das vezes estéril das atividades igrejeiras - escritórios catacumbicos assombrados por criaturas que se auto-tapeiam imaginando-se desprovidas de função excretora - animalidade. E concluir que a loucura dessas atividades é exatamente a da condição humana, que a loucura diária desses empregos é uma vacinação repetida contra a loucura do hospício. E pensar na alegria e expectativa ansiosa com que os trabalhadores retornam das férias para suas rotinas compulsivas, isso quando tiram férias. Considerar que os tais se atiram ao trabalho com serenidade e despreocupação porque ele (o trabalho) abafa algo mais ominoso: que os homens tenham de ser protegidos da realidade. Em Becker deparei-me com um problema gigantesco para um requintado marxismo:

“Qual é a natureza das obsessivas negações da realidade que uma sociedade utópica fornecerá para impedir que os homens enlouqueçam?”


Vassum Crisso!

Divina fonte!


Ave Dona Edite! Bendita sois vós dentre as mulheres! Foi uma longa jornada: você teve de abandonar a "segurança" conhecida.. convencional de sua vida e assumir o risco. Teve de se transformar de filha em mãe. É uma grande mudança, que envolveu muitos riscos. E quando retornou da jornada, trouxe crianças, trouxe alguma coisa ao mundo. Não apenas isso - você arranjou trabalho para o resto da vida, sou gratoooo!!!! Saudade(s)... Reverências

domingo, 16 de maio de 2010

Artísta manqué!

Artísta manqué!
Miguel Garcia

Hipersensível e, por conseguinte, particularmente sujeito a abocanhar mais do que pode mastigar e digerir, arcando com as inevitáveis conseqüências. Falta-lhe a capacidade compartilhada pelos indivíduos “bem ajustados”, de “parcialização” da experiência. Você habita “nos domínios do demasiado”, nutre uma “visão hiperbólica” da realidade: seu artísta, seu manco - manqué!

terça-feira, 11 de maio de 2010

Razões que difi-cult-am con-vivências

Razões que difi-cult-am con-vivências
Miguel Garcia

Sofri silen-cio-s-a-mente durante anos, por não entender bulhufas do que a-con-tecia por trás das pulsões e atitudes do ani-mal humano (de mim mesmo e dos demais). Minha angustia atual é a do bicho que ergueu demais o focinho, enxergou fora de seu quadrado e atrapalhou-se complet-a-mente.
O histórico evolutivo das criaturas não abre espaço para ilusões e fantasias. Li em algum lugar que a sociedade moderna é só um pontinho na tela da evolução do bicho homem. Centenas de milhares de anos deram aos homens e mulheres de hoje uma estrutura cerebral que é a causa de quase todos os desentendimentos e problemas relacionais. Homens se definem de acordo com seu trabalho e realizações, mulheres pela qualidade de seus relacionamentos e, para complicar ainda mais esse jogo por vezes ab-surdo, uma grande parcela das criaturas possuem um cérebro estruturado ou para um pensamento predominantemente masculino, ou para um pensamento eminentemente feminino, sendo que só uma minoria usufrui de um pensar compatível com ambos os sexos, demonstrando uma flexibilidade vantajosa para a solução de problemas. E para que o dilema não cesse por aí:

“não foram só os homens que aceitaram a versão patriarcal da realidade. As mulheres também foram ensinadas a identificar os valores masculinos em detrimento do lado feminino da vida, daí porque muitas delas passam a vida com constante sentimento de inferioridade por achar que o feminino é a segunda melhor opção. As mulheres foram educadas para considerar que apenas as atividades masculinas, raciocínio, poder e sucesso, têm valor real; e assim, a mulher ocidental acaba vendo-se no dilema psicológico do homem: desenvolve um domínio unilateral e competitivo das características masculinas, em detrimento do seu lado feminino.” R. A.Johnson

O macho da espécie humana por vezes sente-se fraco e atemorizado, aterrorizado nas expressões de Otto Ranck, mas sua estrutura geralmente o impede de demonstrar medo, ou seja, a evolução deixou marcas profundas, fez bem seu trabalho, por exemplo: os machos não se desculpam, por que para a maioria deles (homens), se desculpar seria reconhecer um erro e estar errado é fracassar, coisa que sua programação estrutural muito rar-a-mente permite. Deve-se pisar em ovos ao interagir com machos da espécie humana - zelar por falar-lhes, se for esse o caso, valendo-se de uma estrutura de linguagem adequad-a-mente masculina (a maioria pensa que "ser homem" basta), ter  o cuidado de não dar a impressão de que estão errados quanto a algum assunto ou questão, jamais, sob pena de sofrer consequencias desastrosas - falar-lhes algo estruturado em linguagem feminina fará com que ponham em ação suas defesas. Homens detestam críticas e facilmente con-fundirão diálogo (reflexão conjunta, observação cooperativa da experiência, fertilização de idéias), com discussão/debate  - em que os participantes defendem posições, argumentam, para chegarem a conclusões e acordos. Com essas feras testosteronizadas nem lida gentil garantirá bons resultados. Tendem a levar tudo para o lado pessoal e não são capazes de entender que o objetivo de uma interação verbal não é provar que alguém está errado, mas simplesmente oferecer novos pontos de vista para aumento da percepção conjunta.
Não há solução fácil. Os caras ("machões" ou mesmo "mulheres" em cargos de lid-erança) raramente dão ouvidos, raramente saem de trás do automatismo maquinal. Sentem-se mais propensos a fragmentar que integrar. Não ouvem e pronto. Quando alguém lhes fala, em vez de escutarem até o fim o que a pessoa tem a dizer, logo começam a comparar o que está sendo dito com suas idéias e referências prévias. Vivem submersos num quase total automatismo concordo-discordo – um tipo complexo de negação da morte – protegidos do real, escudados pela mentira vital: caráter, funciona assim:
Se você for inocente ou suicida demais para expressar pontos de vista (vista de um ponto) a uma dessas "divindades potentes", verá que a maioria das lideranças assume basic-a-mente duas atitudes: a) “já sei o que esse aí vai dizer e concordo; portanto, não vou perder tempo continuando a ouvi-lo”; b) “já sei o que ele vai dizer e discordo; assim não tenho porque ouvi-lo até o fim”. Em ambos os casos o resultado será o mesmo: será negada a você a capacidade o a possibilidade de dizer algo de “novo” – o que na prática pode corresponder à negação de sua própria pessoa, o que é muito complicado uma vez que, segundo Einstein, um problema não pode ser resolvido pelo mesmo estado de consciência que o criou. Daí para frente tudo será rodopio insano e mimetismo violento: sacrifício de vítimas inocentes para aplacar terrores inconfessos. Oxalá “minha tese” seja apenas fruto de má digestão: castigo para quem tem “olho" maior que a "barriga”!

sábado, 8 de maio de 2010

Êxodo em perspectiva: alguma coisa não cheirava bem nessa história...

Êxodo em perspectiva: alguma coisa não cheirava bem nessa história...
Por Miguel Garcia

A crescente consciência de que a Bíblia tenha si tornado, nas diversas interpretações e traduções, um dos pilares na construção a na interpretação da história, deixa um sujeito como eu, maravilhado e devastado como um sobrevivente de tsunami.
Assim se faz quando pensamos em Êxodo no contexto latino-americano, quase que automaticamente o associamos a projetos de libertação, a utopias que se descortinam no horizonte da caminhada dos povos.
Infelizmente o Êxodo não representa só libertação de um povo, como sempre foi conveniente aos exploradores fundamentalistas e outros afirmarem, Êxodo também significou e ainda significa o domínio de outros – escravização e violência. Se israelitas se libertam, cananitas tem suas terras invadidas. Imprescindível pensar em como os transfundos históricos de uma “verdadeira” e “correta” interpretação dos textos foram recebidos e traduzidos para a realidade social e para o imaginário religioso das pessoas, assinala o Antonio Magalhães, autor do livro: Deus no espelho das palavras.
O sentido da história na América Latina tem uma experiência, no mínimo ambígua com o texto do Êxodo. Conforme diz Magalhães, se a segunda experiência foi marcada por uma associação do evento e do texto do Êxodo com idéias libertárias, a primeira foi determinada pela idéia de expansão e conquista. Como explicar a expansão dos povos ibéricos nos séculos XV e XVI, sua criminosa exploração do ser humano e da natureza, sem que se considere subjacente mesmo aos fatores econômicos, a consciência messiânica de envio e expansão presente no imaginário ocidental por meio do paradigma do êxodo?
Eis o poder das tradições religiosas, poder de contribuir direta ou indiretamente para a formação de um imaginário que tem na expansão e na conquista uma de suas mais importantes bases.
Poder afirmar que tanto a idéia do monoteísmo judaico quanto a do cristão têm no êxodo um paradigma incontornável, independente de seu estágio, se isso se refere ao vulcânico e ciumento Javé, se ao Deus tribal atento ou ainda ao misericordioso e universal Pai de Jesus Cristo, independente se a idéia brota de adeptos de igrejas históricas mais antigas ou das mais recentes como pentec-os-tais, neo-pentec-os-tais e ou os que se apóiam numa mais leitura existencialista da Escritura é ação que faz a cabeça rodopiar. Em todos os estágios da fé que se consolida em torno do pensamento cartesiano sobre o Êxodo, há uma forma de pensar que se cristaliza pelo ir, conquistar e expandir. A essa categoria de pensamento subjaz a ocupação da terra por parte dos “israelitas” de ontem e de hoje em dia.

Paulo, Paulo: por que tu me persegues?

Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só..." Será?... “Vocês são de fato a descendência de Abraão e herdeiros conforme a promessa”, será?!

De acordo com o Magalhães, vê-se um êxodo espiritual que vai sendo construído dentro do Novo Testamento, aguçado pelo afã de Paulo.
Logo eu que cri de pronto na mensagem “libertadora”, por vezes me pego um típico cananita: meus espaços conquistados, meu ser con-vertido, minhas memórias apagadas, minhas histórias trans-de-formadas...
Eis que um novo êxodo a-con-teceu nas Américas, para tanto “foi preciso”: anunciar uma fé, propagar o “evangélio”, ocupar terras, desapropriar famílias, concreta e subjetivamente, apagar memórias, e mortificar experiências (na nova economia não há espaço ou interesse para nenhuma outra).
E quanto a mim, e quanto a nós “índios”, lá do nosso lado do “rio”, com nossa cabana modesta, nossa horta pequena e a plantação de tulipas, “vimos” maravilhados a chegada da Igreja Ibérica e afins assumindo o papel de povo messiânico, mensageiro exclusivo de Deus e arauto do vaticínio divino para a história dos povos... Pobre de mim, de nós: convertemos-nos em não nós mesmos (alienígenas). A outra opção seria nos amontoarmos aos escombros da história fazendo crescer o contingente de existências desapropriadas do próprio fôlego de vida e ocupados por vermes que comem defuntos, de resto ofertamos absolutamente tudo...
Quem diria: “uma idéia aparentemente tão pequena, no meio de um povo, como Israel, aparentemente tão insignificante, tomou corpo, construiu um paradigma de toda uma civilização, passando primeiramente pelo povo de Israel e sendo assumido como um novo sentido pela Igreja. O Êxodo, uma construção literária, ser um dos pilares da compreensão de história no Ocidente...” vir me atingir aqui, atingir-nos como uma onda de "catástrofes" ecoando até os dias atu-ais.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Bate & Rebate


Bate & Rebate
Miguel Garcia

Alguns líderes religiosos não diferem de modo algum da gente “mundana” quando se trata de zelar por seus interesses e de defendê-los; mas quando é preciso cumprir um dever penoso, eles têm a prudência de passá-los aos outros e de rebatê-lo como uma bola. Há deveres da religião, assim como os há do governo do Estado: o presidente os transfere aos governadores, governadores aos prefeitos. Muitos líderes religiosos, por modéstia, deixam o exercício da piedade ao povo. O povo confia no que ele chama de homens de Deus, aparentemente acreditando que nada tem em comum com a igreja e que um sujeito se torna chefe religioso (padre, bispo, missionário, apostolo ou pastor), por intervenção divina: o Deus escolheria uma beldade para um cargo ou função específica na igreja. Os pastores que se dizem seculares, como se tivessem orgulho de pertencer ao século e não a Jesus Cristo, passam a bola a outros pastores seus subordinados, estes últimos a seus presbíteros, os presbíteros aos diáconos, os diáconos aos auxiliares, todos juntos passam-na às mãos dos missionários em cantões remotos do mundo, de modo que é nesses lugares extremos que a piedade se esconde, e tão bem escondida que lá quase nunca se pode vê-la. Do mesmo modo os curandeiros do corpo e ou da mente, tão ativos quando se trata de colher a rica colheita de seus proventos, deixam aos seus subordinados todos os trabalhos um pouco demasiado apostólicos; os bispos os transferem aos pastores, os pastores aos ministros de louvor e presbíteros, estes últimos aos diáconos, os diáconos aos auxiliares, e estes passam o cuidado de zelar pelas ovelhas aos que sabem tosá-las bem: a bola do jogo religioso não para nunca: bate e rebate! Adaptado de texto de Erasmo - Elogio da Loucura