quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Finamento.

Finamento.
Miguel Garcia

Ah! Esse Nirvana que sou! Aeróbata.
Esse projeto que sou! Imaginário, ilusório, irrisório, intencional, aniquilado.
Esse perdido, inválido - nem alma viva, coisa alguma, nem patavina, promessa, ninguém.
Ah! Essa aparência que sou!
Espectral, fantasmagórico, miragem, visão, alucinação, essa utopia, o devaneio que sou, o vácuo, o deserto, hiato.
Ah! esse acidente!
Esse verniz, essa tintura que sou – coisa postiça.
Esse emprestado, estranho, aparente, adiáforo, esse acessório que sou: des-Aparecido.
Garcia?
Ah! Essa ilha que sou!
Esse náufrago, estrangeiro, repugnância, esse apuro, contradição,
esse contraste, esse reverso - antípoda.
Essa cópia -
arremedo que sou, caricatura, essa paródia ao pé da letra - palavra por palavra,
esse reflexo vago, essa mancha que sou - ausência murmurante - aragem vagando perdida -
Fin-amen-to.

Um comentário:

Vivi disse...
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