sexta-feira, 17 de julho de 2009

E agora?


E agora?


...para que tenham vida em abundância?
Quem suportaria um fardo tão pesado, uma vez que a vida “pouca” já é demasiada para a estrutura do animal humano? O remédio à disposição parece ser evitar excessos de pensamento e de percepção do real - mergulhar em auto-engano, fugir de novas experiências. É complicado enfrentar o peso esmaga-dor desse mundo. A coisa toda é muito arriscada. A pessoa perde-se de si mesma nos desejos devoradores de outros. Torna-se um joguete incontrolado entre as patas e garras de homens-bestas-feras e suas estruturas letais. Sei bem como é, aconteceu comigo, ainda a-con-tece, trata-se da norma vigente - "ordem" geral.
Pesadelo enorme é "viver" nesse planeta: a pessoa é lançada em meio a um frenesi demoníaco com bilhões de apetites orgânicos à solta, espreitando, sem contar os apetites infernais da natureza (pandemias, terremotos, furacões, tsunamis, etc). Cada coisa ou ser afim de expandir-se saborosamente agarrando as outras. É assim inclusive na savana da religião, que abriga predadores famintos. Parece ser verdade: “o diabo” circula entre nós, buscando a quem posso tragar. O “diabo” do meio, do entorno e de tudo, o diabo de todos e em todos...


Miguel Garcia

E agora que fui sugado até o esgotamento, minado em minhas energias essenciais, submerso e privado de meu “autodomínio”? E agora que “recebi” tanto e tão depressa que estou a ponto de explodir? E agora que fui drenado, sobrecarregado, que estou sem vigor para suportar “meus” desafios? E agora que estou apavorado e ao mesmo tempo excitado ante a eminência da sucção final – a submersão tot-All, e agora?

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