quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

P(r)o(f)eta Gil

P(r)o(f)eta Gil
Miguel Garcia
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Queiruga e Sobrino são "artistas" de boa estirpe, contudo, jamais esqueçamos que a arte do Gil sempre fez muito mais do que apenas encher cabeças vazias, ela fez e faz amor com o corpo inteiro de quem ainda é humano.
Esse milagre baiano, essa be-atitude brasileira em pleno estado de graça, manifesta-se ao pé do ouvido, à mão de olhares, à flor da pele negra e colorida, en-gra-vida de beleza, transparece a formosura divina.
"...Minha alma cheira talco como bumbum de bebê"... Esse dom encarnado (Gilberto Gil) pai-rava absoluto em conceitos e emoções do "teísmo aberto", a muito, enquanto psêudos "pensa-dores evangélicos" agiam como cabeças de ponta de importações exdrúxulas - enlatados não nutritivos a boa harmonia com Deus e o mundo, enquando seviciavam e infantilizavam mentes e corações singelos com falsos "oráculos" e maldições edipianas sem sentido. "O inferno, fora daqui! Lá, lá lá..."
Reverências ao Gilberto bendito e ao povo negro desta terra que sofre e sobre-vive apesar das " forças poderosas - armas engenhosas que desejam ver o fim de grande amor"...
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Palco
Gilberto Gil

Subo nesse palco, minha alma cheira a talco
Como bumbum de bebê, de bebê
Minha aura clara, só quem é clarividente pode ver
Pode ver
Trago a minha banda, só quem sabe onde é Luanda
Saberá lhe dar valor, dar valor
Vale quanto pesa prá quem preza o louco bumbum do tambor
Do tambor

Fogo eterno prá afugentar
O inferno prá outro lugar
Fogo eterno prá consumir

O inferno, fora daqui

Venho para a festa, sei que muitos têm na testa
O deus-sol como um sinal, um sinal
Eu como devoto trago um cesto de alegrias de quintal
De quintal

Há também um cântaro, quem manda é Deus a música
Pedindo prá deixar, prá deixar
Derramar o bálsamo, fazer o canto, cantar o cantar

Lá, lá, iá


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