quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Eus

Eus
Miguel Garcia

Agora eu era Terra
Terra sem forma e vazia
Havia trevas sobre a face do abismo
Havia caos, havia escuridão...

Que propósito há na Terra?
Quem precisa da Terra?
Não há vida na Terra!
Nem tampouco há beleza na Terra!

Apenas caos... ausência, breu.. vazio...

E dentro do vão, aragem que soprava um lamento:
- Não há vida na Terra, nem tampouco há beleza na Terra...

E você era fala e olhar compassivo
Era poder e bravura...
Era desejo... Eras e Eros...
Deu ordens ao caos... falou para dentro da escuridão com ousadia:

Haja luz!
E acendeu minha subjetividade
Haja vida!
E houve consciencia de mim
Haja beleza na Terra!
E houve vida e beleza no pó, na argila da Terra...

Ouviu-se dos ventos que outrora sopravam um lamento:
- Não há vida e nem beleza na Terra, que nunca mais percorreriam o caos e o vazio em busca de um sen-tido...
Ouviu-se uma voz, até então jamais ouvida. Era o brado da Terra que dizia a ti:

Hoje é o dia do teu descanso, pois recebi em mim teus trabalhos e delicadeza. Descanse em mim... deleita-te em mim...
Banhe-se nos lagos frescos e límpidos que agora possuo, já é sábado!

Prove de minhas delícias... meus frutos...
Não produzirei cardos ou abrolhos pra te ferirem jamais...

Deleita-te em mim... folga!...

...Enquanto os ventos vão soprando o descanto:
- Nunca mais beijaremos a face do caos, vazio e trevas, pois agora há vida e beleza na Terra!





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